Morre o homem que viveu por 7 décadas com pulmão de ferro

Alexander ficou paralisado do pescoço para baixo desde 1952 devido à doença, o que o deixou incapaz de respirar por si só. Ele foi levado às pressas para o hospital no Texas após desenvolver sintomas e acordou dentro do pulmão mecânico. Como consequência da paralisia infantil, enfrentou uma disfunção pulmonar que tornou a respiração sem assistência mecânica uma tarefa quase impossível. Atualmente, Alexander foi o usuário de pulmão de aço que mais tempo sobreviveu na história, e continuou trabalhando para aumentar a conscientização sobre os perigos da poliomielite. A causa da morte não foi oficialmente divulgada, mas suspeita-se de Covid-19, já que ele contraiu o coronavírus e foi internado semanas antes. Paul Alexander tem uma história tão incrível que muitos custaram a acreditar.

Sobrevivente da poliomielite morre após 7 décadas com ‘pulmão de aço’

A doença em seu estágio avançado pode impedir o paciente de respirar adequadamente, já que afeta os músculos do peito. Um dos meios pelos quais ele tenta alertar sobre a doença é a escrita. Em 2020, ele decidiu publicar o livro de memóriasTrês minutos para um cachorro. O nome foi escolhido pela cuidadora de Paul, que se inspirou no presente que o homem ganhou de seus pais ao aprender a respiração de sapo. Durante esse período, Paul foi para a faculdade, tornou-se advogado e publicou livros. Além disso, ele usava seu alcance para incentivar a vacinação de crianças e evitar um possível retorno da epidemia.

Também chamado de ventilador de pressão negativa, o pulmão de ferro é um dispositivo médico antigo utilizado para auxiliar pacientes com disfunções respiratórias. Passado o pesadelo inicial, dois anos depois o norte-americano iniciou uma fisioterapia para aprender uma técnica de respiração, chamada “respiração de sapo”. Hoje em dia, porém, devido à vacinação generalizada contra a poliomielite, o uso do pulmão de aço é extremamente raro. Por causa disso, no mesmo ano, médicos optaram por colocá-lo em um “pulmão de aço”, um cilindro de metal que o acompanhou por sete décadas. No caso, a proposta era acompanhamento com uma fisioterapeuta chamada Sra.

Consumidor ficou em média 10,4 horas sem energia em 2023, diz Aneel

Quando o ar entrava, o processo inverso fazia com que seus pulmões se esvaziassem e expelissem o ar comprimindo o peito. Paul conseguiu concluir o ensino médio aos 21 anos, sendo o primeiro aluno da escola a se formar virtualmente por meio de um programa doméstico. Como precisava ficar o tempo todo dentro da máquina, Paul recebia cuidados e precisava ser alimentado por alguém. Paul relatou em uma entrevista ao portal do Guinness Book, que quando sua mãe viu seu rosto, quando ainda era criança, ela soube que algo estava errado, embora ele não soubesse explicar como percebeu isso. Naquele ano, ele publicou um livro de memórias que, segundo relatos, levou oito anos para ser concluído com a ajuda de um amigo, para quem o texto era ditado, e de um bastão de plástico para digitar em um teclado.

ESTADOS UNIDOS

Paul contraiu a doença em 1952, aos seis anos, deixando-o paralisado do pescoço para baixo – e sem conseguir respirar. Mas ele viveu durante décadas, muito depois de a invenção da vacina contra a poliomielite, na década de 1950, ter praticamente erradicado a doença em vários países. Como a maioria dos sobreviventes da poliomielite colocados em pulmões de ferro, não se esperava que ele vivesse muito. “Levou mais de oito anos para escrevê-lo, usando o bastão de plástico e uma caneta para digitar sua história no teclado ou ditando as palavras para seu amigo”, explica Paul em uma entrevista do jornal britânico Guardian. No Instagram, Christopher Ulmer, ativista pelo direito das pessoas com deficiência e fundador da organização sem fins lucrativos Special Books by Special Kids, comentou sobre o falecimento.

Por isso, quando o pequeno Paul começou a apresentar sintomas como febre, dor no pescoço, cansaço e uma dor profunda nos músculos, sua mãe já sabia. “Quando minha mãe viu meu rosto, ela soube”, diz Paul para Guinness World Record. Isso é possível porque, conforme a máquina suga o ar para fora, e a pressão dentro da caixa cai, e os pulmões do paciente se expandem automaticamente, puxando o ar de fora pelo diafragma. Já quando o aparelho permite a entrada do ar de volta na câmara, a mudança na pressão comprime o pulmão levando-o a se esvaziar. Após muitas sessões de fisioterapia, Alexander aprendeu novas técnicas de respiração, o que o mantinha livre do equipamento do pulmão de aço durante o dia. No entanto, era sempre necessário voltar em algum momento, especialmente à noite.

Quem era Clarinha, a paciente que ficou em coma por 24 anos

Apesar das dificuldades, Alexander formou-se na escola e fez faculdade, onde se formou em direito. Isso tudo apesar do pulmão de aço, equipamento que o acompanhou por mais de 70 anos. O primeiro surto de casos nos Estados Unidos surgiu em 1916, quando foram registardos 27 mil casos e 6 mil mortes pela pólio.

A técnica consiste em usar os músculos da garganta para forçar o ar a passar pelas cordas vocais. O paciente engole oxigênio um bocado de cada vez, empurrando-o pela garganta e entrando nos pulmões. Em menos de um ano, Paul já conseguia dominar bem a técnica, o que o permitiu usar a caixa de aço apenas para dormir, que é justamente o período em que a “respiração de sapo” não consegue ser feita. A maioria dos pacientes só usou o aparelho durante algumas semanas ou meses. No caso de Paul, ele ficou com os músculos do peito permanentemente paralisados.

Um pulmão de aço (ou pulmão de ferro) é um dispositivo médico usado para ajudar na respiração de pessoas paralisadas devido à poliomielite. Alexander contraiu poliomielite em 1952, quando tinha 6 anos, e a doença o deixou paralisado do pescoço para baixo. Ele também ficou incapaz de respirar de forma independente, o que levou os médicos a, depois de operá-lo, colocá-lo em um cilindro de metal — um pulmão artificial — onde passaria o resto da vida.

O americano detinha o recorde do Guinness Book como a pessoa que viveu mais tempo respirando com a ajuda da máquina. O dispositivo tem janelas e portas de acesso para cuidados médicos e um espelho para que os pacientes possam interagir com os outros. Devido melhores notícias ao desenvolvimento de outras terapias e à vacina, os pulmões de ferro tornaram-se obsoletos na década de 1960, quando foram substituídos por ventiladores mecânicos. Mas Alexander continuou vivendo no cilindro porque, segundo ele, ficou acostumado.

Esta entrada foi publicada em Sem categoria e marcada com a tag , , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.